Estudar os motivos da recaída fortalece o indivíduo e diminui a chance de novos episódios. Não é o momento para questionar a força de vontade da pessoa, a competência da equipe ou o apoio da família. É o momento de refletir e reformular as estratégias, com todos os envolvidos.
A pessoa precisa aprender a viver sem as drogas. Apenas tirá-las deixa um vazio que precisa ser compreendido e preenchido. Muitas vezes, habilidades precisam ser aprendidas. Imagine um jovem que só sabe se relacionar com pessoas se tiver fumado um "baseado". Interromper o uso sem oferecer-lhe alternativas seria condená-lo ao isolamento. Todo aprendizado implica em erros, falhas.
É preciso tentar motivá-lo novamente a parar de usar drogas, sem confrontos ou acusações, mostrando-lhe como já foi capaz de parar uma ou mais vezes e reforçando sua capacidade de realizar novas tentativas. Um dos procedimentos mais eficazes para retomar o processo é analisar os fatores que o levaram a voltar a usar a droga. Por exemplo, identificar o momento em que fez o uso, como se sentia, que dificuldades ou vivências estava experimentando, o que pensou ao dar o primeiro passo, onde e com quem estava, etc. Por meio destas reflexões é possível ajudar o dependente a perceber que ter consciência desses fatores possibilita evitá-los ou planejar ações para contorná-los - o que pode ser feito mais sistematicamente dentro de um ambiente de tratamento. A pessoa que recaiu geralmente tem a sensação de que sua capacidade para se manter abstinente está enfraquecida e sente medo de que o antigo hábito possa dominá-lo de forma irreversível. Aqueles que querem ajudar uma pessoa nesta situação precisam entender esses fenômenos, fazê-la compreender que este deslize não significa que se trata de um "doente incurável" e que pode fazer desta crise um momento de aprendizado.
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