segunda-feira, 24 de junho de 2013

É doutor, mas mantenha o respeito!




EM 1997, um juiz manda prender o Planet Hemp por apologia ao uso de drogas. Em 2003, o mesmo juiz é acusado de receber R$ 40 mil para soltar um traficante. Dez anos, depois, enfim, ele é condenado. Punição? Ganhar seu salário de R$ 28 mil inteirinho, até morrer, para nunca mais trabalhar.

Esses casos raramente se tornam públicos, ou investigados e punidos. Ainda assim não chega a ser surpresa a notícia de que um juiz recebeu propina. Muito menos de traficantes. No Almanaque, por exemplo, conto o caso de um juiz e de um desembargador federal condenados por associação com o tráfico – no caso com Fernando Beira-mar.




“Gente hipócrita”

Mas a notícia dessa condenação é bem informativa. Mostra a hipocrisia reinante no discurso da guerra às drogas.

Na porta da frente, o juiz paga de durão impedindo uma banda de fazer shows sob a acusação de apologia. Uau. Que corajoso. Na “porta dos fundos”, ele pega uma graninha para soltar um traficante. Que fácil.

“Legalize Já”

Aplausos musicais à parte, a turma do Planet Hemp foi um dos primeiros artistas do Brasil a ter a coragem de levantar a bandeira o que hoje todo mundo pelo menos comenta: legalizar a maconha.

Regulando o comércio da erva, tiraríamos o lucro da venda da droga ilícita mais consumida no Brasil (e no mundo) da mão dos traficantes. A bandidagem teria muito menos grana para comprar fuzil e corromper juízes como vossa excelência o juiz José Barreto Pinheiro. Esse é o nome do juiz traficante.

Justiça?

Outra informação que vale nota é a boa e velha impunidade que reina contra os peixes grandes neste país. Repara:

A) Se o cara pega três saquinhos de R$ 5 de maconha na boca de fumo pra vender no asfalto, ele é encarcerado como traficante e pega de 5 anos de cadeia.

B) Se o juiz em quem deveríamos confiar até o fim recebe 40 mil para soltar um chefão do tráfico que fornece saquinhos de maconha para centenas de bocas, seu castigo é parar de trabalhar para ganhar 28 mil por mês.

Que vergonha.

Ele tem uma responsabilidade muito maior pelo controle de crimes, deveria ser punido com muito mais rigor. Mas comete um crime comparado a hediondo, aliado a um peixe grande, e não dá nada!

O que destrói esse país não é o uso de drogas, é a corrupção e a impunidade.






Pra fechar esse “post protesto”, replico lá embaixo a íntegra da mensagem que o próprio Planet Hemp publicou no Facebook, sob o título de “Retrato da hipocrisia e falso moralismo da sociedade brasileira”. Falou e disse.
E recomendo a letra e o vídeo da canção (muito esclarecedora) que o juiz vencedor do Prêmio Lobo em Pele de Cordeiro do dia usou como desculpa para colocar os caras na cadeia. O juiz foi aposentado, essa música vai ficar pra sempre.

Aplausos musicais adentro, essa música está no álbum “Usuário”, certamente um dos melhores lançados por aqui nos anos 1990.





“LEGALIZE JÁ”

Planet Hemp

Digo foda-se as leis e todas regras
Eu não me agrego a nenhuma delas
Me chamam de marginal só por fumar minha erva
Porque isso tanto os interessa
Já está provado cientificamente
O verdadeiro poder , que ela age sobre a mente
Querem nos limitar de ir mais além
É muito fácil criticar sem se informar
Se informe antes de falar e legalize ganja

Legalize já, legalize já
Porque uma erva natural não pode te prejudicar

O álcool mata bancado pelo código penal
Onde quem fuma maconha é que é marginal
E por que não legalizar ? e por que não legalizar ?
Estão ganhando dinheiro e vendo o povo se matar
Tendo que viver escondido no submundo
Tratado como pilantra, safado, vagabundo
Só por fumar uma erva fumada em todo mundo
É mais que seguro proibir que é um absurdo
Aí provoca um tráfico que te mata em um segundo
A polícia de um lado e o usuário do outro
Eles vivem numa boa e o povo no esgoto
E se diga não às drogas, mas saiba o que está dizendo
Eles põe campanha na tevê e por trás vão te fudendo
Este é o planet hemp alertando pro chegado
Pra você tomar cuidado com os porcos fardados
Não falo por falar eu procuro me informar
É por isso que eu digo legalize ganja
São dez mil anos de uso
sem se quer uma morte
Se me chamar de otario
fala se se fode


O depoimento do Planet Hemp postado no Facebook, quinta-feira, 23/5/13.

“Retrato da hipocrisia e falso moralismo da sociedade brasileira.

Hoje o Tribunal de Justiça aposentou o juiz Vilmar José Barreto Pinheiro, responsável pela prisão do Planet Hemp em Brasília em 1997. Motivo: o juiz recebia propina de traficantes.

Se não uma ironia, ao menos uma escancarada safadeza do poder judiciário brasileiro.

Até quando a sociedade dará ouvidos a discursos recheados de interesses e financiados não só pela corrupção, mas pela falta de esclarecimento geral da população?

Bater no peito e levantar bandeiras contra as drogas é fácil, ainda mais com o auxílio da mídia atenta em manipular e instigar o senso comum.

Desintoxique-se! E, ao falar isso, não estamos nos referindo a nenhum tipo de substância. Desintoxique a sua percepção!

Preste atenção em quem realmente diz ser a voz da justiça desse país, condenando a liberdade de expressão de forma atroz e reflita se é essa a representação que você realmente aceita para si.”

Raves e Drogas – o segredo que ninguém esconde

 

Neste fim de semana muita gente veio a Curitiba para uma grande festa que aconteceu na cidade, uma rave bastante conhecida. Começou na noite de sexta-feira e terminou no sábado. No mesmo dia, as fotos já foram sendo publicadas. Entre amigos reunidos e pessoas fazendo pose para a câmera, uma imagem me chocou bastante. É uma fotografia que foi tirada na manhã do sábado, e mostra uma garota semi-nua na festa. Sem blusa, sem soutien e com as calças abaixadas, com a calcinha à mostra. E não, ela não estava desmaiada e não havia sido abusada por ninguém. Mesmo nestas condições, ela estava dançando. Para não expor mais ainda a garota, a fotografia não vai ser publicada. Até por que, defendo que não vale a pena condenar uma pessoa por um erro.
Com esta deixa, quero muito comentar sobre uma coisinha que todo mundo sabe, mas mantém em segredo: a relação íntima entre raves e drogas. Esta rave à qual me referi no primeiro parágrafo, nos últimos anos tomou proporções tão grandes que se tornou uma das mais populares do país, cheia de atrações inimagináveis e surpresas deslumbrantes. Eu estive na primeira edição desta festa, e me lembro de que ela já tinha potencial para virar o que é hoje.



Minhas experiências

Há alguns bons anos, eu adorava raves. Ia em todas, sempre convidada por DJs ou organizadores, e fiz muitas amizades das quais, algumas, carrego até hoje. Eu fazia parte do grupo que criticava as “festas comerciais”, que eram frequentadas por pessoas que queriam resgatar a pior parte do Woodstock: a falta de noção. Meu grupo preferia as festas menores, as privates – ou, como nós chamávamos, PVTs. Nos reuníamos para jogar conversa fora, apreciar a música eletrônica, dançar até cansar e fazer novos amigos.

Destes amigos, poucos restaram. Afinal, nem todas as amizades são intensas e resistem ao passar do tempo – isso é normal, confundimos conhecidos com amigos. Um deles foi preso em flagrante por tráfico internacional de drogas e alguns outros morreram de overdose. Dois estão por aí, vivendo em busca de trocados para comprar crack. Por um motivo eu não estou nas ruas junto com eles. Não me deixei levar pelas balinhas coloridas e pelos papeis que derretem na boca. Estes dois elementos, o doce lisérgico e o ecstasy (que na maioria das vezes é uma mistura vagabunda e alucinógena de MDMA, e não uma anfetamina) movimentam, em cada uma das grandes festas, milhares de reais nas mãos de seus vendedores. Eu sei, eu os via.

Eu via o dinheiro que eles guardavam nos bolsos, os bolos de dinheiro que mal cabiam dentro dos bolsos. Ah, eu era curiosa, perguntava tudo. Acho que era tão simpática que eles viviam me oferecendo as drogas, e eu não precisava nem pagar por elas. Mas respondia “não, hoje eu já tomei as minhas” ou “muito obrigada, mas vou recusar porque combinei de dividir com uma amiga”. Inventava qualquer desculpa, mas nunca aceitei. A tal da maconha eu também não fumava. Eu me sentava na roda dos maconheiros, conversava e cantava as músicas que os violões exalavam. Mas nem cigarro eu fumava e nem cerveja eu bebia.

As raves eram muito divertidas, para quem sabia se divertir. Eu sabia, e como sabia! Dançava deixando a música libertar meus movimentos, conversava com todo mundo, tirava centenas de fotos, pedia música aos DJs, que já eram ou se tornaram meus amigos e, quando eu me cansava, dava uma cochilada no pufes do chillout, a área coberta e com música mais tranquila das festas. Meus pais me ligavam a todo momento para saber se estava tudo bem, se eu queria que fossem me buscar e a que horas eu iria para casa. Às vezes tínhamos dificuldade para nos comunicar, porque as festas aconteciam em chácaras muito afastadas e o sinal de celular deixava a desejar. Mas eles sempre sabiam onde eu estava e recebiam notícias durante toda a festa. Eles até já me acompanharam em algumas! (Inclusive, essa foto do post sou eu e meu pai em uma rave)



Mercado (nem tanto) oculto

Mas tem o negócio das drogas. Eu achava que experimentar não tinha problema, e sempre deixava meus amigos à vontade para provarem o que quisessem, apesar de eu não ter este interesse. Algumas amigas experimentaram uma ou duas vezes e nunca mais se interessaram. Outras usaram até se acabar. Uma começou a perder a memória e ter atitudes agressivas de repente. Dizíamos que não dava mais para chegar perto dela. No meio da conversa ela se esquecia de quem eu era e queria me atacar. Que coisa louca, né? Efeito do MDMA, ou do LSD… Um médico saberia explicar melhor.

Nas raves a droga impera. Pode não ser a intenção dos organizadores (e eu só digo isso para defendê-los, porque acredito no contrário), que até contratam seguranças para executar a intolerância com as drogas. Ah, eu já vi um segurança tendo uma overdose, numa festa com 6.000 pessoas, em 2006. As manhãs nessas festas podem ser filmes de terror para os mais observadores. Porque os fritos – aqueles que exageraram nas drogas – amanhecem com caretas grotescas e dançando numa velocidade sobrehumana. Com os corpos dominados pela bala. Um negócio horrível. Eles entram nas caixas de som e as abraçam com todo o amor do mundo, sobem nas estruturas do palco, tiram as roupas, se jogam no chão. São zumbis.

As balas e os doces, naquela época, eram as drogas das raves. Hoje, imagino que ainda sejam. Quem exagera na bala desidrata e tem que tomar muita água. Já vi uma moça ter overdose de água, dá pra acreditar? Tomou tanta que as células se afogaram, foi o que o médico da ambulância me disse – eu era curiosa. A bala também faz a pessoa ficar se mordendo,não sei por quê. Mas as organizações sabem disso, e em 2006 começaram a vender pirulitos nas praças de alimentação. Assim, o frito morde o pirulito em vez de morder a própria boca. Simpático, não?

Lembrando-me de tudo isso, já não penso mais que experimentar não tem problema. Tem problema sim, porque existe um perigo: o risco de gostar. É aquilo que a gente ouve dizer, que quando a pessoa gosta da droga, vai querer sempre mais. Vi este processo acontecendo com tanta gente que não posso negar que seja verdade. Tratando-se de drogas, não dá para pensar duas vezes. É preciso ter sempre um “não” na ponta da língua.


Os 10 Mais Incríveis Anúncios de Drogas em Produtos


Cerca de uns 100 anos atras, no seculo passado, com certeza não existiam os mesmos conceitos de drogas que existem hoje em dia
Muitas delas eram vendidas em produtos comuns, como xaropes, remédios, vinhos (...)
E ate algumas bebidas. Inclusive o refrigerante mais adorado de todos os tempos, Coca Cola, tinha drogas em suas primeiras versões
As substancias ilícitas, em sua grande maioria cocaina, heroina & morfina, estavam presentes na maioria desses produtos antigos do seculo 19
Todas essas drogas, no seculo passado, eram tidas como substancias farmacêuticas, estimulantes ou calmantes


10º
A heroína de Bayer (1890-1910) era um remédio pra tosse para crianças.


O vinho de cocaína Metcalf era só uma das muitas bebidas alcoólicas com teor de folha de coca.


O vinho Mariani (1865) sendo a mais importante bebida a base de cocaína da sua época, foi consumido pelo Papa Leão XIII que premiou seu criador Angelo Mariani.


O vinho Maltine, feito pela Maltine Manufacturing Company de New York tem uma dosagem que diz: - "Uma taça cheia junto com, ou apos as refeiçoes. Crianças em proporção."


Esse selo promocional anuncia a empresa alemã Boehringer & Soehne como a maior produtora mundial de quinino e cocaína.


A heroína era usada como analgésico, remédio contra asma & pneumonia. Acima um anuncioMartin H. Smith Company, de New York, promovendo o uso de glico-heroína.


O opio Vapor-OL era aquecido com lampião e usado contra asma e afecções espasmódicas.


Esses tabletes de cocaína eram frequentemente usados por cantores, oradores, professores, e diversos outros tipos de profissionais que precisavam falar em publico. Funcionavam como anestésico pra dor de garganta, alem de deixa-los mais "animados" e "dispostos".


Balas de cocaína (1885) eram muito populares e consumidas entre as crianças. Serviam para acabar com a dor de dente das crianças, alem de "melhorar" o humor delas.


Acalmar bebes e faze-los parar de chorar sempre foi uma tarefa dificil. Stickney and Poor foi uma especie de calmante a base de heroína (opio) e álcool feito para acalmar recém-nascidos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Brasil dorme mas não para"

"Era um país
Muito engraçado,
Faltava escola,
Sobrava estádio!
Governo vinha
... Com enrolação,
Quem discordava
"Ó o camburão!"...
Cada pessoa
Tinha que ser burra,
Pois do contrário
Levava surra!!
Ninguém podia
Protestar não,
Porque a PM
Sentava a mão!!
Um belo dia
Tudo mudou,
Esse país
Enfim acordou!!
O povo disse:
"Chega, não mais!"
Enfrentou balas
Suportou gás!!
Não é apenas
Por vinte centavos,
Pois do sistema
Somos escravos!!
Lutemos pois,
Pela verdade
E conquistemos
A liberdade!!
Seguindo vamos,
Todos unidos,
Sem depender
De podres partidos!
E o resultado
É que essa união
Pode acabar
Em REVOLUÇÃO!!"

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pense Nisso !

... "Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional." (Roger Crawford)


Reflexão


Culpado ou inocente ?


Conta uma antiga lenda que na Idade Média um homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do crime era pessoa influente do reino e, por isso, desde o primeiro momento se procurou um "bode expiatório" para acobertar o verdadeiro assassino.

O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado: a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história.

O juiz, que também foi comprado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que este provasse sua inocência.

- Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor: vou escrever num pedaço de papel a palavra INOCENTE e no outro pedaço a palavra CULPADO. Você sorteará um dos papéis e aquele que sair será o veredicto. O Senhor decidirá seu destino - determinou o juiz.

Sem que o acusado percebesse, o juiz preparou os dois papéis, mas em ambos escreveu CULPADO de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance de o acusado se livrar da forca.

Não havia alternativas para o pobre homem. O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem pensou alguns segundos e, pressentindo a "vibração", aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou na boca e engoliu. Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e indignados com a atitude do homem.

- Mas o que você fez? E agora? Como vamos saber o seu veredicto?
- É muito fácil. - respondeu o homem - Basta olhar o outro pedaço que sobrou e saberemos que acabei engolindo o contrário.

Imediatamente o homem foi liberado.

MORAL DA HISTORIA:

Por mais difícil que seja uma situação, não deixe de acreditar até o último momento. Saiba que, para qualquer problema, há sempre uma saída. Não desista, não entregue os pontos, não se deixe derrotar. Vá em frente apesar de tudo e de todos, creia que pode conseguir.

Agência europeia alerta para surgimento de mais drogas sintéticas


A agência que monitora o uso e surgimento de novas drogas na União Europeia (UE) informou ter descoberto 72 novas drogas sintéticas no bloco em 2012 e alertou que esses novos entorpecentes, ainda não proibidos pela legislação europeia, estão surgindo com cada vez mais frequência na região.

A informação consta do relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência(OEDT), divulgado na última terça-feira em sua sede em Lisboa, que ressaltou que apenas 49 novas drogas sintéticas haviam sido detectadas no bloco em 2011.

O relatório diz que, entre as 73 novas substâncias psicoativas registradas pela primeira vez por meio do sistema de alerta da União Europeia em 2012, 30 eram canabinóides sintéticos, que imitam o efeito da maconha. "Estes produtos, que podem ser extremamente potentes, agora já foram registrados praticamente em todos os países europeus", informou o documento.

Importação da Ásia

O documento descreveu também o problema das drogas na Europa como em "estado de constante mudança". De acordo com o OEDT, cerca de 85 milhões de pessoas, ou aproximadamente um quarto da população adulta da União Europeia, usou alguma droga ilícita no ano passado.

Por outro lado, o relatório anual da agência destacou também mudanças positivas no bloco, como o registro de um menor número de novos usuários de heroína, a queda no uso de maconha e cocaína em alguns países e um aumento no número de centro de tratamentos para usuários de drogas.

O documento ressaltou, ainda assim, a necessidade de as autoridades nacionais estabelecerem planos de apoio de longo prazo para dependentes e ex-dependentes em meio aos cortes de gastos dos governos europeus, reflexo da crise econômica.

Em um outro estudo separado conduzido com a Europol, a agência de polícia da União Europeia, o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência descobriu que as drogas sintéticas agora são importadas frequentemente da China e Índia para serem processadas e embaladas no bloco, em vez de serem produzidas em laboratórios secretos na Europa.

A Comissária Europeia para assuntos internos da UE, Cecilia Malmström, afirmou que o mercado de drogas estimulantes no continente está "cada vez mais complexo" e que "há um fornecimento contínuo de novas drogas cada vez mais diversas."
"O fato de mais de 70 novas drogas terem sido detectadas no ano passado é prova de que as políticas de combate às drogas precisam se adaptar às mudanças nos mercados", acrescentou.

Drogas: a terceira via e o Brasil


Com a ousadia do tempo em que navegar era preciso, Portugal mudou sua legislação voltada a enfrentar as drogas ilícitas. Inovou, apresentando saída ao maniqueísmo estabelecido entre o proibicionismo e a liberação para consumo próprio. Abriu caminho para os países do Terceiro Mundo, até agora sem legitimação para cogitar da liberação, pois a mesma condiciona-se ao dever de oferecer tratamento e à obrigação de disseminar informação adequada sobre as drogas.

A adoção de uma política de liberação tornou-se privilégio de países ricos, sem a precariedade de um SUS nacional ou do engodo de um PAS paulistano.
A liberação de drogas implica a oferta de um eficiente sistema de saúde pública, pronto a atender emergências decorrentes de overdose e outros tipos de acidente. Um sistema capaz de fornecer internação no caso de transtorno mental agudo, além de tratamento ambulatorial para o interessado em deixar a dependência e o consumo.
Pelo trato humano dado à questão das drogas, a legislação portuguesa arrancou elogios e se tornou referência. No Brasil, dando sequência a um projeto de lei apresentado em 1996, será, ainda neste agosto, votada a substituição da lei nº 6.368, de 1976, sobre drogas. O aditado projeto, com parecer da Comissão de Educação, a cargo do senador Ricardo Santos (PSDB-ES), deveria ter sido apreciado no final de junho. Acabou retirado da pauta, pois a sociedade reagiu contra o desprezo às políticas voltadas à redução de danos, praticadas com sucesso na Europa e abominadas pelos últimos governos dos EUA, que só colheram fracassos nas suas tentativas de reduzir a demanda e a oferta. Em tempo de distribuição de preservativo e troca de seringas para a contenção da Aids, o projeto não dedicou nenhuma linha à redução de danos, optando implicitamente pela linha da abstenção.
Diferentemente do português, o nosso emendado projeto não levou em conta o compromisso assumido pelo Brasil na ONU, em 98. Convém recordar ter o presidente FHC se comprometido a adotar medidas de resgate da dignidade e da cidadania dos usuários e dependentes químicos de drogas. À época, as preocupações da ONU centravam-se na marginalização de 8 milhões de dependentes químicos espalhados pelo planeta e de 14 milhões de usuários de drogas ilícitas radicados nas Américas.
O antigo secretário-geral da ONU Pérez de Cuellar, outras lideranças internacionais importantes (como Lula) e até o especulador George Soros subscreveram um documento preconizando o fim da proibição do consumo de drogas, ou seja, a sua legalização para uso próprio. Tal ofensiva, no entanto, arrefeceu quando o Canadá apresentou uma pesquisa sobre o custo social da droga ilícita, lá estimado em 4% do PIB. Levaram-se em conta mortes, acidentes, reduções de capacidade laborativa, aposentadorias precoces por invalidez e outros 90 indicadores de danos.

A partir daí é que começou a ser pavimentada a chamada terceira via, encampada por Portugal. O legislador português manteve a proibição do porte de droga para uso próprio, mas deixou de considerar crime o uso. Retirou do usuário e do dependente o rótulo de criminosos, afastando a toxicomania das repressões policial e judiciária. O porte e o uso, ainda proibidos, tornaram-se infrações administrativas, não mais questões judiciárias. Multiplicaram-se os postos médicos para atendimento e internação. Pelo cometimento da infração, paga-se multa administrativa e o infrator recebe sugestões de comissões compostas por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Tais comissões não são integradas por policiais, promotores ou juízes. Esses são incumbidos apenas da repressão ao tráfico e do ataque ao crime organizado.
O projeto brasileiro, ao contrário, continuou a considerar o usuário e o dependente criminosos, sujeitando-os à jurisdição penal. Não regulou o artigo 5º, inciso XIII, da Constituição, que só permitiu a realização de exames químicos e toxicológicos nas pessoas com funções ou ocupações que põem em risco a segurança coletiva: policiais, pilotos de aviões, motoristas de ônibus, gerentes de usinas nucleares etc. Pela omissão, deixou espaço para a perpetração de abusos: contratos individuais de trabalho estão sendo celebrados, com o empregado renunciando ao direito constitucional à intimidade, ao concordar com os rotineiros testes.
Abriu-se o projeto ao modelo americano dos Tribunais para Dependentes Químicos, que viola princípios elementares de direitos humanos. Apoiou-se numa relação de crime e castigo, constrangendo o flagrado com droga para consumo próprio a tratamento compulsório. Sustentou-se na ameaça de sanção, imposta nas hipóteses de interrupção de tratamento ou reincidência. Essa foi a técnica americana para impedir, na América Latina, a adoção de políticas européias de redução de danos.
Outro ponto negativo foi não haver o projeto revogado a lei que permitiu o abate de aeronaves suspeitas de tráfico de drogas. Essa lei inconstitucional introduziu a pena de morte pela via sumária. Utilitarista e desumana, impôs a morte aos tripulantes inocentes, como ocorreu recentemente no Peru.
Manteve o projeto, ainda, a chamada "Lei dos 13 Graus", que permite, em qualquer horário, propaganda de bebidas alcóolicas fermentadas, como a cerveja. Ainda sob influência americana, o projeto admitiu, nas escolas, que policiais, substituindo especialistas, continuassem a ministrar cursos de prevenção voltados à redução de demanda pelas drogas. Ora, deveriam os policiais, diante da especialidade que detêm, cuidar da prevenção ao crime de tráfico.
A respeito, várias polícias militares se envolveram, como ocorreu no Estado de São Paulo e na cidade do Rio de Janeiro, no programa americano chamado Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), há anos abandonado nos EUA. O programa, bancado no Brasil pela embaixada americana, vem apoiado no binômio lei e ordem, servindo o policial fardado como modelo às crianças, tidas como futuras combatentes das drogas.
Para rematar, o projeto, mantida a última redação, não mais considerará crime o tráfico de cocaína, de maconha e de várias drogas sintéticas. Apenas tipificará como crime o tráfico de entorpecentes e de drogas causadoras de dependência física. Portanto não enquadra como crime o tráfico de cocaína, de maconha. Segundo grandes especialistas, tais drogas não causam dependência física e não são entorpecentes.
O caminho lusitano é bem melhor.


WÁLTER MAIEROVITCH

Ao menos 1/4 dos adultos da Europa já usou drogas ilícitas, diz relatório do OEDT


O relatório anual divulgado pelo Observatório Europeu de Drogas e Toxicomanias(OEDT) nesta terça-feira advertiu que o mercado de entorpecentes está "mais fluído e dinâmico", com a internet representando desafios "cada vez maiores".

O documento apontou que 85 milhões de europeus adultos consumiram alguma droga ilícita em algum momento de suas vidas. Esse número equivale a um quarto da população adulta do continente. Enquanto que o consumo de cocaína e heroína seguem em queda e o de maconha se mantém, em 2013 se detectou que o uso de outras drogas continua em números altos.

Ainda de acordo com o Observatório, o esforço contra as drogas ilícitas na Europa enfrenta "novos desafios", como a globalização e a inovação tecnológica, e pode ser afetada pelo desemprego dos jovens e pelos cortes de gastos na saúde provocados pela crise econômica.

No Relatório Europeu sobre Drogas 2013, o Observatório também alerta para a necessidade de investir mais em políticas de saúde dirigidas aos toxicodependentes, sobretudo para tratar a hepatite C e prevenir as intoxicação aguda(overdoses).

O OEDT estima também que "pelo menos 1,2 milhão de pessoas receberam tratamento por consumo de drogas ilegais na Europa em 2011", um recorde, mas insiste "na necessidade de concentrar esforços na continuidade da assistência e na criação de um consenso sobre o que deve ser entendido como tratamento a longo prazo", tendo em mente o exemplo da recuperação de dependentes de heroína, que pode se prolongar por vários anos.

"Com a Europa ainda a enfrentar um crescimento econômico negativo, um aumento das taxas de desemprego e de cortes na despesa pública, existe o risco dos orçamentos disponibilizados para a saúde, a manutenção da ordem pública e as medidas de segurança serem afetados", declarou o presidente do OEDT, João Goulão.

Dos que iniciaram o tratamento especializado da toxicodependência, cerca de metade (47%) estavam desempregados, e quase um em cada dez (9%) não tinham uma casa estável. Este grupo caracteriza-se também por um baixo índice de escolaridade, tendo 36% completado apenas o ensino básico.

O relatório anual do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência foi, este ano, divulgado seis meses antes da data habitual, numa nova estratégia orientada para um aumento da rapidez e da eficácia, disse uma responsável da organização.

O documento, que este ano faz um o panorama pormenorizado das drogas e da toxicodependência nos países da União Europeia, na Noruega, Croácia e Turquia, é normalmente divulgado em novembro, mas o Observatório decidiu dar preferência a uma informação mais atual temporalmente.

Principais dados do relatório:

Maconha: é a droga ilícita mais consumida na Europa(77 milhões de pessoas declaram já tê-la experimentado); mais de 3 milhões de pessoas afirmam consumir maconha diariamente. Um terço delas tem entre 15 e 34 anos; em 2012, a quantidade de resina de maconha apreendida na Europa alcançou 483 toneladas, contra 92 toneladas em 2011.

Cocaína: é a segunda droga ilegal mais consumida na Europa, embora a maioria dos consumidores se concentrem em um número relativamente pequeno de países da Europa ocidental; cerca de 14,5 milhões de pessoas experimentaram cocaína pelo menos uma vez na vida e 2,5 milhões de europeus jovens (1,9% deste grupo de idade) consumiram a substância no último ano. Em 2011, foram apreendidas na Europa 62 toneladas de cocaína, uma queda de quase 50% desde o pico de 120 toneladas em 2006. As quedas mais expressivas são observadas na Península Ibérica, onde as interceptações combinadas de Espanha e Portugal caíram de 84 toneladas em 2006 a 20 toneladas em 2011.

Êxtase e Anfetaminas: Cerca de 11,4 milhões de europeus consumiram êxtase ao menos uma vez na vida e 1,8 milhão nos últimos 12 meses; 12,7 milhões consumiram alguma vez anfetaminas e 1,7 milhão de jovens adultos (de 15 a 34 anos) o fizeram no último ano. Em 2011, foram apreendidos 3,9 milhões de comprimidos de êxtase e 5,9 toneladas de anfetaminas.

Opiáceos(incluindo Heroína): é a droga que mais causa dependência, de acordo com o relatório, e a que provoca o maior número de mortes, doenças e demandas de tratamento. Cerca de 1,4 milhão de pessoas são consideradas "consumidoras problemáticas" (que injetam a droga em si mesmas ou que utilizam opiáceos de maneira regular ou ao longo de períodos prolongados). Em 2011, foram apreendidas 6,1 toneladas de heroína, a quantidade mais baixa notificada na última década e apenas a metade da apreendida em 2001.

ONU quer eliminar propaganda e promoção de cigarros


A Organização das Nações Unidas (ONU) fez na última sexta-feira, Dia Mundial sem Tabaco, um apelo para sejam proibidas todas as formas de publicidade e promoção do tabaco. A intenção é reduzir o número de novos fumantes. De acordo com a ONU, metade das pessoas que fumam morre por causa do hábito.

O tabaco é fator de risco para o surgimento de câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias crônicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2030 o tabaco vai matar 8 milhões de pessoas a cada ano. Quatro em cada cinco mortes devem ocorrer em países de baixa e média renda.

De acordo com a ONU, a maioria dos usuários começa a fumar antes dos 20 anos. Em todo o mundo, 78% dos jovens entre 13 e 15 anos relatam exposição regular a alguma forma de promoção do tabaco.

Pesquisa da OMS demonstrou que a proibição da publicidade de tabaco é uma das maneiras mais eficazes de reduzir o tabagismo. Países que impuseram limite à divulgação do tabaco conseguiram redução média de 7% no consumo.

Mas, para as proibições serem eficazes, a OMS ressalta que a legislação precisa ser abrangente, uma vez que existem várias maneiras de atingir os potenciais fumantes, incluindo a inserção de produtos do tabaco em filmes e na televisão.

Cerca de 15% dos brasileiros são fumantes. A Lei Antifumo que proíbe a propaganda de cigarros em rádio e TV, em pontos de venda, como padarias e lanchonetes, e também em ambientes fechados.

França recomenda proibição de cigarro eletrônico em local fechado


Um dossiê de 200 páginas e 28 recomendações sobre cigarros eletrônicos foi entregue ao Ministério da Saúde da França na última terça-feira. O estudo, comandado por Bertrand Dautzenberg, presidente do órgão francês de prevenção ao tabagismo, foi encomendado pelo governo do país.

Entre as sugestões do documento estão a proibição do uso em locais fechados, a interdição aos menores de 18 anos e o fim da publicidade.

Proibidos no Brasil, os cigarros eletrônicos têm mais de 500 mil usuários na França, que são atraídos pela ideia de se livrar do tabagismo ou de fumar sem o ônus causado pelo cigarro comum.

O dispositivo eletrônico contém um refil com uma solução de nicotina, que é vaporizada e inalada como se fosse a fumaça do cigarro. Segundo o dossiê, ainda não é possível saber as consequências do uso prolongado do produto. O estudo recomenda o incentivo a pesquisas e sugere reduzir o limite de concentração de nicotina de 20 para 18 mg/ml.

Segundo Dautzenberg, os cigarros eletrônicos podem ser uma entrada para o tabagismo. Uma pesquisa feita por ele mostrou que 64% dos adolescentes entre 12 e 14 anos que haviam experimentado o dispositivo nunca fumaram cigarros convencionais.

CRIME E CASTIGO



Drauzio Varella

Difícil ler notícia boa na primeira página. Mas, dias desses, quando abri o jornal, só não caí de costas porque estava sentado. Vinha escrito que a Promotoria do Consumidor de São Paulo ajuizou ação contra a Souza Cruz e a Philip Morris Brasil, para que compensem os gastos públicos com as doenças causadas ou agravadas pelo fumo.

Explico as razões pelas quais o referido espanto por pouco não me transformou em mais uma das vítimas involuntárias do cigarro. Há anos defendo que os fabricantes de cigarro paguem pelo tratamento das doenças que disseminam impunemente.

A Souza Cruz, que não é do senhor Souza e muito menos do senhor Cruz, e a Philip Morris, que não sei se algum dia pertenceu aos senhores Philip ou Morris, dominam mais de 80% do mercado nacional. Em linguagem mais precisa, fornecem droga para 80% dos dependentes de nicotina do país.

É um mercado cativo de mulheres e homens induzidos ao vício na puberdade e adolescência. São milhões de crianças arregimentadas por meio da publicidade criminosa
que ligou o cigarro à liberdade, à performance esportiva e ao sucesso nas conquistas amorosas, veiculada sem restrições legais pelos meios de comunicação de massa até pouquíssimo tempo atrás.

Em matéria de dependência química, a nicotina é imbatível. Vicia mais que cocaína, heroína, crack, álcool, anfetamina ou qualquer droga já inventada. Em 40 anos de profissão, perdi a conta dos que sucumbiram às doenças causadas pelo fumo sem conseguir livrar-se dele, por mais que tenham tentado. Por entender que os fabricantes de cigarro são responsáveis por vender uma droga que provoca câncer, enfisema, derrames cerebrais, ataques cardíacos e uma infinidade de outras patologias, tanto nos fumantes como nos que têm o azar de conviver com eles, o governo dos Estados Unidos processou as principais
indústrias do setor com o objetivo de forçá-las a indenizar o sistema de saúde. Da batalha judicial, resultou um acordo celebrado em 1998. As empresas comprometeram-se a pagar US$ 206 bilhões, no período de 25 anos, para indenizar 46 Estados americanos. Flórida, Mississipi, Minnesota e Texas optaram por acordos isolados.

Na matéria publicada pelo jornalista Daniel Bergamasco, a assessoria da Souza Cruz faz questão de “ressaltar que a comercialização de cigarros no Brasil é atividade lícita e amplamente regulamentada e tributada pelo poder público, e que os riscos associados ao cigarro são de amplo conhecimento público há décadas”.

Sem entrar no mérito do papel a que determinadas pessoas se sujeitam para ganhar a vida, é importante deixar claro que, de fato, os malefícios do cigarro são conhecidos há décadas. Pena que só pudessem chegar aos usuários mais esclarecidos (e só a eles) tão recentemente, porque as companhias citadas, em compadrio obsceno com suas congêneres, tradicionalmente arregimentaram médicos e cientistas de aluguel para criticar qualquer estudo que porventura demonstrasse a relação entre cigarro, doença e mortalidade. Sem falar no imenso poder intimidatório das verbas publicitárias na hora de calar a imprensa
mundial.

Quem perpetrou tais crimes por mais de 50 anos, com o objetivo de universalizar uma epidemia causadora de mais mortes do que as guerras do século 20 somadas, por acaso tem idoneidade para dizer que fumantes adoecem por ignorar os avisos de que o cigarro mata?

Na cadeia, conheci um traficante de crack que usava a mesma lógica, porém com mais honestidade de princípios: “Eu vendo a morte, mas não induzo ninguém a comprar”.

A ação indenizatória ora proposta coloca a Justiça brasileira diante de uma questão
crucial: a vida de um cidadão americano vale mais? Se nos Estados Unidos as companhias pagam mais de US$ 200 bilhões, por que razão no Brasil merecem ficar impunes? Talvez porque sejamos mais ricos? Ou devemos aceitar que somos inferiores?

A Promotoria do Consumidor de SP presta serviço exemplar à cidadania brasileira e ao nosso combalido sistema de saúde. Na pior das hipóteses, se por razões estranhas o pedido de indenização for julgado improcedente ou mofar nos escaninhos da burocracia, resta a alternativa de mover uma ação na Justiça americana.

Quando um avião cai por defeito numa peça, as famílias não processam o fabricante nos EUA?

domingo, 2 de junho de 2013

Guerra às drogas encarcera mais negros do que apartheid - Maria Lucia Karam




A juíza aposentada do Rio de Janeiro, Maria Lucia Karam, afirma que a criminalização do usuário que ainda persiste no Brasil viola declarações internacionais e e a própria Constituição brasileira. Karam faz parte da Apilcação da Lei contra a Proibição (Leap, na sigla em inglês). Segundo a juíza, a guerra às drogas nos EUA - que serve de referência para outros países - já propicia um quadro de encarceramento da população negra que ultrapassa os indíces do regime do apartheid na África do Sul.

Judicialmente, o usuário de drogas ainda é tratado como criminoso? Na sua opinião, quais mudanças na legislação poderiam tornar o relacionamento do judiciário com o usuário mais humano?

Maria Lucia Karam: Sim, o usuário de drogas ilícitas ainda é tratado como criminoso no Brasil. A Lei 11.343/2006 – a vigente lei brasileira em matéria de drogas – ilegitimamente criminaliza a posse para uso pessoal das drogas tornadas ilícitas em seu artigo 28, ali prevendo penas de advertência, prestação de serviços à comunidade, comparecimento a programa ou curso educativo e, em caso de descumprimento, admoestação e multa. A Lei 11.343/2006 apenas afastou a previsão de pena privativa de liberdade.
Não se trata de tornar o relacionamento do Poder Judiciário com o usuário mais humano. Na realidade, o mero fato de usar drogas ilícitas não deveria levar ninguém a se relacionar com o Poder Judiciário. A criminalização da posse para uso pessoal das drogas tornadas ilícitas viola princípios garantidores de direitos fundamentais inscritos nas declarações internacionais de direitos e nas constituições democráticas, aí naturalmente incluída a Constituição Federal brasileira. A simples posse para uso pessoal das drogas tornadas ilícitas, ou seu consumo em circunstâncias que não envolvam um perigo concreto, direto e imediato para terceiros são condutas que dizem respeito unicamente ao indivíduo que as realiza, à sua liberdade, às suas opções pessoais. Condutas dessa natureza não podem sofrer nenhuma intervenção do Estado, não podem sofrer nenhuma sanção. Em uma democracia, a liberdade do indivíduo só pode sofrer restrições quando sua conduta atinja direta e concretamente direitos de terceiros.

A guerra às drogas tem um cunho social? Isto é, ela atinge majoritariamente os mais pobres? Se sim, a sra. considera que essa é uma estratégia pensada propositadamente para atingir os mais pobres?

A “guerra às drogas” não se dirige propriamente contra as drogas. Como qualquer outra guerra, dirige-se sim contra pessoas – nesse caso, os produtores, comerciantes e consumidores das drogas tornadas ilícitas. Como acontece com qualquer intervenção do sistema penal, os mais atingidos pela repressão são – e sempre serão – os mais vulneráveis econômica e socialmente, os desprovidos de riquezas, os desprovidos de poder.
No Brasil, os mais atingidos são os muitos meninos, que, sem oportunidades e sem perspectivas de uma vida melhor, são identificados como “traficantes”, morrendo e matando, envolvidos pela violência causada pela ilegalidade imposta ao mercado onde trabalham. Enfrentam a polícia nos confrontos regulares ou irregulares; enfrentam os delatores; enfrentam os concorrentes de seu negócio. Devem se mostrar corajosos; precisam assegurar seus lucros efêmeros, seus pequenos poderes, suas vidas. Não vivem muito e, logo, são substituídos por outros meninos igualmente sem esperanças. Os que sobrevivem, superlotam as prisões brasileiras.
Nos EUA, pesquisas apontam que, embora somente 13,5% de todos os usuários e “traficantes” de drogas naquele país sejam negros, 37% dos capturados por violação a leis de drogas são negros; 60% em prisões estaduais por crimes relacionados a drogas são negros; 81% dos acusados por violações a leis federais relativas a drogas são negros. Os EUA encarceram 1.009 pessoas por cem mil habitantes adultos. Se considerados os homens brancos, são 948 por cem mil habitantes adultos. Se considerados os homens negros, são 6.667 por cem mil habitantes. Sob o regime mais racista da história moderna, em 1993 – sob o apartheid na África do Sul – a proporção era de 851 negros encarcerados por cem mil habitantes. Como ressalta Jack A. Cole, diretor da Law Enforcement Against Prohibition-LEAP – organização internacional que reúne policiais, juízes, promotores, agentes penitenciários e da qual orgulhosamente faço parte – é o racismo que conduz a “guerra às drogas” nos EUA.
Na Europa, a mesma desproporção se manifesta em relação aos imigrantes vindos de países pobres.
A função da “guerra às drogas” – ou do sistema penal em geral – de criminalização dos mais vulneráveis e de conseqüente conservação e reprodução de estruturas de dominação não é exatamente uma estratégia pensada propositadamente pelo político A ou B; é sim algo inerente ao exercício do sempre violento, danoso e doloroso poder punitivo.

As experiências de legalização/descriminalização das drogas têm ajudado a diminuir a violência em função do tráfico?

As experiências menos repressivas na atualidade limitam-se à descriminalização da posse para uso pessoal das drogas tornadas ilícitas. A descriminalização da posse para uso pessoal das drogas ilícitas é um imperativo derivado da necessária observância dos princípios garantidores dos direitos fundamentais inscritos nas declarações internacionais de direitos e nas constituições democráticas. A posse de drogas para uso pessoal, como antes mencionado, é uma conduta que não atinge concretamente nenhum direito de terceiros e, portanto, não pode ser objeto de qualquer intervenção do Estado.
Mas essa imperativa descriminalização não é suficiente. Não haverá nenhuma mudança significativa, especialmente no que concerne à violência, a não ser que a produção, o comércio e o consumo de todas as drogas possam se desenvolver em um ambiente de legalidade. Para afastar os riscos e os danos da proibição, para pôr fim à violência resultante da ilegalidade, é preciso legalizar a produção, o comércio e o consumo de todas as drogas.
A legalização da produção e do comércio de todas as drogas afastará a violência que hoje acompanha tais atividades, pois essa violência só se faz presente porque o mercado é ilegal. ão são as drogas que causam violência. A produção e o comércio de drogas não são atividades violentas em si mesmas. É a ilegalidade que cria a violência. A produção e o comércio de drogas só se fazem acompanhar de armas e de violência quando se desenvolvem em um mercado ilegal. A violência não provem apenas dos enfrentamentos com as forças policiais, da impossibilidade de resolução legal dos conflitos, ou do estímulo à circulação de armas. Além disso, há a diferenciação, o estigma, a demonização, a hostilidade, a exclusão, derivados da própria ideia de crime, a sempre gerar violência, seja da parte de agentes policiais, seja da parte daqueles a quem é atribuído o papel do “criminoso” – ou pior, do “inimigo”.
A produção e o comércio de álcool ou de tabaco se desenvolvem sem violência – disputas de mercado, cobranças de dívidas, tudo se faz sem violência. Por que é diferente na produção e no comércio de maconha ou cocaína? A óbvia diferença está na proibição, na irracional política antidrogas, na insana e sanguinária “guerra às drogas”.
Aliás, o exemplo de legalização que podemos invocar é o que ocorreu nos EUA na década de 1930, com o fim da proibição do álcool. O proibicionismo produziu e inseriu no mercado produtor e distribuidor do álcool empresas criminalizadas; fortaleceu a máfia de Al Capone e seus companheiros; provocou a violência que caracterizou especialmente a cidade de Chicago daquele tempo. Com o fim da chamada Lei Seca (o Volstead Act), o mercado do álcool se normalizou e aquela violência que o cercava simplesmente desapareceu.

Relato de um dependente químico.



Meu nome é ....., escritor, cineasta e um adicto em recuperação.
Em 2007 depois de lançar um romance contra as drogas (Ecstasy: A Escolha é Sua) eu simplesmente fui lançado no mundo das drogas. Eu sabia tudo a respeito das conseqüências, mas não hesitei em usar.
Não estava deprimido e nem com dificuldade alguma na vida.
Eu recebia 9 mil por mês e dirigia um carro de mais de 100 mil reais, com apenas 24 anos. Estou tocando em valores para todos saberem aonde eu cheguei.
Estava em ascensão no cinema e tenho uma grande produção para 2010. Minha carreira como escritor também ia bem. Não dá para dizer que pode ganhar muito com literatura no país, mas em 2010 irei lançar outro livro.
Na época eu morava com minha avó. Não gastava em nada além de roupas caras, viagens e baladas. Chegava ao ponto de torrar cerca de 800 reais por noite.
Então comecei a me viciar nas chamadas “termas”. Em uma delas conheci uma garota que me ofereceu logo o Ecstasy. Bêbado, eu fiz uso.
Gostei tanto que comecei a ir até a favela buscar mais. Os traficantes me davam o troco em cocaína (e eu não podia reclamar).
Certo dia minha namorada pediu para irmos ao motel e para eu levar a cocaína. Nunca havia experimentado. Foi então que comecei a ser um adicto.
Chegava a gastar mil reais em cocaína, consumia cinco Ecstasys por dia, bebia duas garrafas de Jack Daniel’s, o que me deixava três dias acordado.
Depois tomava Haldol e dormia por mais dois dias.
Eu era bem forte (100 quilos) e em pouco tenho estava com 70. Tinha juntado dinheiro e ele simplesmente acabou. Comecei então a utilizar o cartão da minha avó. Em um mês eu gastei cerca de 40 mil reais, com droga, bebida, balada e prostituta.
Tive um relacionamento com uma atriz .... e comecei a dormir (como amigo) na casa de um dos maiores jogadores de futebol...., foi quando minha falsa “auto-estima” disparou.
Em pouco tempo eu já não tinha mais dinheiro, carro e nem dignidade. Parei de escrever já que ou estava me drogando ou estava dormindo. Minha única sorte é que eu já tinha vários trabalhos prontos, tendo em vista que eu escrevia muito.
Porém meus amigos começaram a não me aceitar. Cheguei ao ponto de recusar uma ótima proposta de emprego, que me custaria o dia inteiro trabalhando.
Tive um princípio de infarto dentro de um motel e minha avó teve que ir ao meu socorro.
Vendo minha situação periclitante internaram-me em uma clínica. Não deu resultado algum. Depois me internaram de novo. Sem resultado de novo.
Cortaram meu dinheiro e bloquearam a minha conta bancária. Queriam até mesmo entrar com uma ação de interdição junto ao Ministério Público.
Ninguém via salvação em mim. Todos já haviam perdido a esperança.
Cheguei a vender um pertence de 800 reais por apenas 50, tamanho era meu desespero.
Consultei-me com os melhores psiquiatras e psicólogos e todos não queriam cuidar do meu caso..
Furtei cheques dos meus parentes e dinheiro.
Eles não conseguiam me internar de novo, já que perceberam que não faria efeito.
Então minha mãe teve a idéia de me levar aos Narcóticos Anônimos. Foi quando minha vida começou a mudar. Não parei de usar do dia para noite, mas vendo situações semelhantes ou piores que a minha, comecei realmente a refletir que estava destruindo minha vida.
Mas foi Deus que me fez largar o vício. No começo foi muito difícil. Eu tinha uma abstinência psicológica terrível. Não sabia como viveria com o fato de ter perdido tudo e ainda por cima ser considerado uma ameaça a todos.
Quando penso em voltar a usar (por causa de algum problema) eu respiro fundo, vou tomar um banho e escrever.
A dependência química é uma doença. Em minha opinião clínica é um mercado e não apresenta um bom resultado (procurem dados na Internet e verão que não estou dizendo besteira).
Mas no meu caso a clínica salvou minha vida. Ou me amarravam na cama ou na clínica. Clínica serve para desintoxicação, porém há muito trabalho a ser feito fora dos muros.. Temos que encarar traficantes nos aliciando (já que somos consumidores), com a desconfiança de todos e com a tentação da recaída.
Acho que não devemos nos manter limpo para os outros ou esperando algo em troca. Devemos ficar longe das drogas porque é conosco que ela está jogando. A recuperação deve ter o apoio da família, todavia na minha situação não encontro apoio. Mas não é motivo para eu dizer: minha vida está uma merda e usando ou não droga vai ficar na mesma. Então vou usar.
De fato, para o que era antes, minha vida está uma merda.
Estou sempre pedindo a Deus para me ajudar. Não tinha religião nem tenho a intenção de converter ninguém. Mas a Igreja nos dá novos e verdadeiros amigos. Abre um mundo ainda desconhecido. De que podemos ser felizes longe das drogas. Eu nunca acreditei, depois de tudo, que poderia. E aqui estou. Se eu consegui, por qual razão você não consegue?
Está desesperado de abstinência? Converse com sua família ou com algum amigo! Procure um médico para receitar algo para acalmar seu coração.
A recaída faz parte, mas a pergunta é: você quer recair? Quer começar tudo de novo apenas por uma noite ou um dia de falsa diversão?
Não faltaram inimigos disfarçados de amigos. A tentação existe para fazê-lo forte. Para reafirmar seu propósito.
Eu sei que muitos não entendem a sua dor e a sua luta. Talvez esteja sem aliados ou esperança
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ADMITIR A IMPOTÊNCIA



´´Admitimos que éramos impotentes perante a droga – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas``.
O primeiro passo não foi um exercício intelectual. Foi um sentimento que veio do nosso íntimo e corações. Isso deu um nó nas nossas gargantas: Aceitar o fato de estarmos presos a uma droga. Pela primeira vez quisemos abandonar qualquer ideia de controlar nosso uso de nicotina. Tivemos uma visão real sobre o poder que a droga tinha nós e vimos que era ela que estava no controle.
Foi muito duro ter de admitir algo sobre nós mesmos, ainda mais admitir que éramos impotentes perante a droga e álcool. Usávamos e adorávamos usar por varias razões – porque nos fazia sentir socializados, fazia sentirmo-nos bem, diminuía nossa inadequação, esquecíamos dos problemas, e assim por diante. Mas, por algum motivo qualquer – receio de perda da própria saúde, sentimentos de auto-aversão, de culpa, pressão dos amigos e família, a nicotina parou de funcionar dessa maneira, e nossa vida e nosso uso se tornaram insuportáveis. Nesse ponto, aparecem as primeiras ideias de parar de usar e beber.
Tentamos desesperadamente diminuir ou parar, mas sempre retornávamos ao uso. Fizemos promessas a nós mesmos de mudar de vida mas, sempre resultavam em fracassos, o que aumenta nossa sensação de derrota. Consultamos especialistas, psicólogos, médicos, pastores mas nada funcionava. No total auto-engano, conseguimos ´´dar um tempo``, uma estratégia que visava reduzir os danos da droga e álcool na nossa vida, e da culpa que sentíamos, mas retornávamos usando sempre mais e mais.
Profundamente desmoralizados, procuramos N.A. / A.A. como mais uma possível solução. Para nossa enorme surpresa, encontramos pessoas que estavam usando bebendo por admitirem que não conseguiam parar. Eles aceitam sua total falta de controle perante a droga e o álcool, e ofereceram ajuda convidando-nos a juntar-nos a elas e fazer o mesmo.
Percebemos que eramos realmente adictos e que bebíamos e usávamos por um simples motivo: porque não podíamos parar. Se deixados aos nossos próprios cuidados, continuaríamos usando, continuaríamos a destruir nossas vidas, a suprimir nossos sentimentos e a afastar nossas famílias, namorados e amigos.
Ingressar em N.A. / A.A. implicou em reconhecer que sozinhos não podíamos resolver nosso problema mas, depois das inúmeras tentativas de controlar nossa adicção, foi um alivio desistir e pedir ajuda. Aprendemos a ´´arriar a mochila`` e rendermo-nos, admitindo nossa impotência. Aceitamos nossa total falta de controle perante a droga e álcool.
Percebemos que usar e beber, era bem mais que um mau habito, era um sintoma de que nossas vidas estavam fora de controle e que tínhamos perdido o domínio.
Os aspectos destrutivos da nossa adicção foram muito além dos óbvios danos que infligimos a nós mesmos. Quanto mais observávamos o papel que a droga e álcool desempenhava em nossas vidas, mais percebíamos o quanto mais observávamos o papel que a droga e álcool desempenhava em nossas vidas, mais percebíamos o quanto ela nos controlava. Usar e beber determinava se íamos ou não trabalhar, se íamos ou não comer, quem eram nossos amigos, namorados e colegas, determinava onde e como podíamos passar nosso tempo livre. Nunca íamos a lugar algum e nem fazíamos coisa alguma sem antes verificar nosso estoque de droga. Entretanto fazíamos qualquer coisa para esconder nossa adicção e nosso uso dos outros e de nós mesmos. Nossas vidas eram mentiras. Estavamos fora de controle: tínhamos perdido o domínio.

Drogas. Culpa da família? Ou falta de vergonha na cara?






Tudo tem um começo até mesmo o uso de drogas e sempre procuramos um culpado, a pergunta que não se cala é: Como aconteceu? Quem teve culpa? Por que o meu filho usou drogas?

As vezes é normal o usuário culpar a família, as vezes parte da família acha que é falta de vergonha na cara do ente querido, as vezes pensamos ser as duas coisas e muitos não conseguem responder quando lidamos com o fato de que o uso de drogas acontece até mesmo nas melhores famílias, aquelas com estrutura familiar bem formadas, que agem com respeito, honestidade e diálogo aberto. Então quem é o culpado?

Bom, precisamos entender o que é o uso de drogas para descobrir isso. O uso de drogas é apenas um estágio da doença da adicção. A pessoa que usa drogas ela tem sérios problemas com compulsão, obsessão e egocentrismo. Algumas pessoas depois de recuperadas das drogas acreditam que eram adictos natos, outros acreditam que adquiriram depois de um tempo a doença. Mas todos tendem a chegar os mesmo finais, prisões, instituições e morte se a doença não for paralisada.

O que fica claro é que entendendo o uso de drogas como doença percebemos que não há culpado, o adicto pode estar em uma família usurpada de valores morais ou em uma boa família, ele pode estar no Japão ou em Camarões ou em qualquer outro lugar.
Pais separados, traição dentro da família, abuso sexual, falta de atenção, podem gerar vários problemas psicológicos no entanto não podemos dizer se a pessoa se tornará ou não um adicto, só é possível perceber no momento em que a pessoa já está com sua vida fora de controle.
Mas fica uma pergunta então por que a pessoa chega a usar drogas? Isso não é falta de vergonha na cara?

Não. O adicto é tomado pela doença é um poder maior do que ele possa controlar, sua fome obsessiva faz com que ele tome decisões levadas por imediatismo e sua compulsão não o deixa parar chegando a um tormento de de sofrimento ele se afasta e se isola acreditando que todas as pessoas são diferentes dele e que o mundo deveria ser como ele deseja.

Os impulsos são mais fortes que a força de vontade, a vontade de agradar os outros o pressiona para ter a aceitação que ele deseja. Ser doente o isenta de culpa, mas ao saber disso passa a ter uma responsabilidade a sua recuperação.

Ao iniciar o tratamento Vida Serena o paciente aprende a lidar com essas rotinas, com o trabalho de passos e ajuda de profissionais o adicto começa a ter a escolha de não usar mais e fazer um trabalho contínuo para que não deixe que sua doença tome conta de suas vontades e de sua vida.

A culpa não é da família, não é do paciente e não é de ninguém, o paciente nasceu ou adquiriu uma doença e agora é hora de sua recuperação pois agora sabemos a verdade
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DROGAS COMPORTAMENTAIS

As drogas comportamentais fazem com que façamos mal aos outros, mesmo achando que estamos fazendo o bem( o bem para quem está fazendo o mal!).A droga faz com que a pessoa se alegre com a desgraça do outro, ache graça de brincadeiras maldosas, se sinta forte com a fraqueza do outro.

As drogas comportamentais nada mais são do que as portas de entrada para se fazerem todo tipo de coisa errada ,como também das drogas lícitas e ilícitas.

Elas estão associadas no nosso estilo de vida fechado, em um mundo pessoal, nas nossas decisões: egoístas, prepotentes, arrogantes, nos faz pensar que somos o dono do mundo ou de alguém.

Elas já estão tão enraizadas no nosso meio, que já viraram rotinas, fazendo parte de uma cultura pobre, sem espírito cristão.

As drogas comportamentais atingem qualquer idade, sendo passada de pai e mãe para filho(a). Uma herança maldita que só é conseguida sua libertação com a prática dos valores cristãos.

As drogas comportamentais fazem com que você não queira ficar por baixo(humildade) e sim por cima(pisando nos outros). O glamour de se drogar com drogas lícitas e ilícitas são apenas consequências da fraqueza do individuo que não se controlou em usar esses tipos de drogas.

Ela causa dependência porque a pessoa não consegue dizer não as coisas erradas, o prazer de fazer o mal é maior, a sensação de que obteve vantagem em algo de errado é surpreendente.

Tirar vantagem dos outros, explorando a boa vontade das pessoas , na qual ainda são chamados de otários, é somente uma consequência do uso dessa droga comportamental.

Tanta desgraça no mundo, tanta violência ,tanta morte de inocentes causadas por essas pessoas que usam essa droga , só terão fim no dia que as pessoas se conscientizarem que estão erradas, e começarem a praticar os valores cristãos.

Os Valores Cristãos foram deixados por Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, para serem colocados em prática, mas por conta dessa falta, a droga comportamental se prolifera cada vez mais, atingido todo tipo de camada social, sem fronteiras, mesmo dentro ou fora da igreja ou de qualquer outra igreja.

Muitos que estão dentro da igreja e usam esse tipo de droga, é porque só enxergam uma igreja de pedra, não conseguem vê uma igreja viva, uma igreja com o centro: Jesus Cristo, tratam mal os irmãos, se gabam facilmente, adoram puxar o “saco” de padres, pastores, como se isso fossem fazer com que se salvassem.

A falta de consciência cristã gerada por essa droga, faz com que a pessoa tenha somente consciência do que está fazendo, o mal, pois o bem que é característica crucial de quem não usa essa droga, é deixado de lado.


Será que tento preencher o meu “vazio” com algo?




Tentar preencher o seu vazio com objetos desnecessários, comendo quando o seu corpo não precisa ou utilizando substâncias, não é a solução. A sensação de vazio não vai acabar se você não entender e trabalhar aquilo que realmente provoca esse sentimento. É preciso entender a causa disso tudo. Normalmente é:Carência emocional,
Baixa auto-estima,
Insegurança,
Sentimento de ser rejeitado…

Algumas pessoas não conseguem lidar com os próprios sentimentos, porque nesses momentos elas sentem-se sufocadas pelos seus problemas. Na tentativa de “abafar” e fugir dos sentimentos “ruins”, pensam em substituir o vazio ou sensação negativa com algo que pareça uma recompensa. Aí podem surgir as compulsões, como: compras, alimentação ou uso de drogas.

É preciso perceber que esse “vazio” é resultado de suas “feridas” ou de suas frustrações, é isso que pode levar sentir abandonada, agitada ou sozinha…. É necessário entender que só “você” é capaz de enfrentar isso, e que não há algo ou alguém possível de preencher esse vazio. É indispensável o trabalho emocional para superar essas emoções, sendo fundamental o acompanhamento psicológico quando não consegue sozinho.

Os 15 vicios da humanidade para preencher o vazio interior

VÍCIOS da HUMANIDADE X VAZIO INTERIOR (PREENCHER O VAZIO)


1 – ALCOOLISMO – consumo exagerado de bebidas alcoólicas (todos os tipos de bebidas alcoólicas) como forma de fuga da realidade, seja para esquecer decepções, para afogar as mágoas pessoais, para abafar as mágoas profissionais, seja para passar por um período de distúrbios emocionais (timidez, baixa auto-estima, baixa auto-imagem, traições em geral, acidentes, doenças ou mortes, etc.). Inicia-se como uma fuga temporária e que com o passar do tempo se torna definitiva, isto é, não consegue mais sair do vício sem a ajuda de outras pessoas, sejam familiares ou profissionais. O álcool tem um alto valor energético, e pode substituir o alimento, pois 1 grama de álcool = 07 cal. (por isso o alcoólatra não come). “Não precisamos de álcool no nosso organismo”.


2 – GULA – consumo exagerado de alimentos de qualquer espécie (gula por comida) ou acumulo exagerado de qualquer coisa (gula por sapato, gula por roupas, gula por carros, gula por qualquer objeto, etc. Hábito adquirido ou aprendido desde recém-nascido, quando por qualquer motivo de choro (fome, dor, susto, medo, desconforto, etc.) a mãe pegava no colo e invariavelmente dava o peito ou a mamadeira (gravou na mente que qualquer desconforto da vida pode se amenizado com comida, principalmente o que contém sal, açúcar e gordura).

Atualmente o ser humano come quando está nervoso, quando está triste, quando está alegre, quando está com medo, quando está incomodado com alguma coisa, quando está sem fazer nada, só não come quando tem fome (pois não sabe mais quando tem fome de verdade). Hoje você somente reúne um grupo de pessoas se tiver comida ou bebida. “Precisamos aprender a se alimentar corretamente”.

3 – DROGAS ILÍCITAS – são as drogas “proibidas(será???)” pelas leis da sociedade, são passiveis de condenação criminal, existem desde a antiguidade, pois a humanidade sempre buscou meios (mais rápidos e fáceis) para se atingir o prazer, o bem estar e a felicidade, mesmo que momentâneas, e vai continuar a buscar sempre, pois nenhuma destas drogas vai proporcionar o que estas pessoas procuram (o prazer e a felicidade contínua e para sempre). Por este motivo as drogas se tornam cada vez mais potentes, dependentes e letais. “Não necessitamos de nenhum tipo de droga”.

4 – DROGAS LÍCITAS – são as drogas ditas de livres, necessitam apenas de receita médica (??), portanto são aceitas como normais para uso cotidiano, mas tem o mesmo objetivo das drogas ilícitas, isto é, alterar as funções mentais e emocionais para se mascarar momentaneamente algum desconforto psicoemocional, mas que com o passar do tempo criam dependência química de modo semelhante a qualquer outra droga. Quantas pessoas vocês conhecem que usam comprimidos diariamente (para dormir, para acordar, para se sentir animado, etc.). “Devemos usar medicamentos adequadamente”.

5 – TABAGISMO – a nicotina produz uma sensação de euforia, de relaxamento momentâneo, uma “necessidade psicológica” de pertencer a um grupo (o de fumantes, os diferentes, etc.), serve também como uma forma de deixar as mãos ocupadas em eventos sociais (pois esta atitude pode dar uma “falsa sensação de segurança” ou “adequação social”. Portanto segurar o cigarro e fumar e soltar a fumaça proporciona uma sensação diferente e aparentemente com algum prazer naqueles indivíduos com algum tipo de carência, pois o ato de fumar socializa (pode convidar outros para fumar ou dividir o cigarro) e pode livrar um pouco do isolamento e da timidez social, pois pode ficar algum tempo com as mãos ocupadas ou pode se isolar para fumar. “Não precisamos de tabagismo na nossa vida”

6 – JOGOS DIVERSOS (JOGATINA)- inicialmente pode ser uma forma de passatempo, um encontro com amigos, mas com o tempo serve para fugir dos problemas do trabalho, da vida conjugal, da vida familiar e até mesmo das dificuldades financeiras (jogar por dinheiro). Portanto qualquer forma de fuga da realidade da vida pode criar uma dependência, pois é muito mais fácil fugir da realidade em algum tipo de vicio do que tentar resolver os problemas que o afligem. Quem joga por dinheiro não consegue parar, pois quando está ganhando imagina que vai continuar ganhando (até perder tudo), quando está perdendo imagina (ou sonha) que vai começar a ganhar e se afunda cada vez mais no jogo e na dependência. “Não existe necessidade de nenhum tipo de jogos de azar na nossa vida”.

7 – COMPRAS COMPULSIVAS – comprar por impulso, pelo emocional abalado, como forma de compensação pessoal, como forma de competição pessoal, serve também para esquecer uma frustração, para se sentir valorizada e para se mostrar para os outros como forma de poder ou superioridade. Atinge todos os níveis sociais, pois o que importa é comprar, não importa muito o valor das compras. Durante as crises as pessoas compram e muitas vezes nem lembra porque compraram, e, muito menos o que compraram, apenas volta para casa com vários pacotes de compras. Estas atitudes podem causar verdadeiros estragos na vida pessoal e familiar, pois não existe nenhum controle financeiro. “Devemos aprender a comprar apenas quando for necessário”.

8 - SEXO (PORNOGRAFIA E EXAGEROS SEXUAIS) – atinge freqüentemente o sexo masculino, é uma busca de estimulo e motivação pessoal, pois estas atitudes proporcionam um aumento na dopamina (que é baixa no sexo masculino e alta no sexo feminino). Pode ser utilizado como forma de liberação das tensões da vida, pois produz prazer e sensação de alivio temporário, mas que devido a repetição pode se tornar um vicio, muitas vezes levando até ao abandono da vida sexual normal. Os sites mais acessados são os relacionado a temas e imagens de sexo. Pode se desenvolver também as “taras sexuais”, como a pedofilia (sexo com crianças), a masturbação em publico, a pratica do sexo grupal, etc. “O sexo é uma atividade fundamental, mas quando executada de forma correta”.

9 – TRABALHO (WORKHOLIC) - são pessoas que se refugiam no trabalho para não voltar para casa, fixam demais os “Ter” (bens materiais) e ficam viciados no trabalho para cumprir as suas metas (que normalmente são irreais). Usam o trabalho como forma de extravasar frustrações, pois se aparentar sucesso profissional sente-se superior aos outros e minimiza as suas decepções da vida. No inicio até podem ser bem vistos, mas com o passar do tempo e com o exagero dedicado ao trabalho vai desmoronando a vida familiar e social, conseqüentemente, a saúde e a qualidade de vida, também se deteriora, gerando o famoso “estresse”, que tem causado vários problemas de saúde na humanidade em geral. “Todos precisamos trabalhar, mas sem exageros”.

10 – EXERCICIOS FISICOS EXAGERADOS - como a atividade física que aumenta a endorfina e a dopamina, que proporcionam sensação de alegria, bem estar e alivio das dores, algumas pessoas podem, sem perceber, ir aumentando gradativamente o tempo e a intensidade dos exercícios físicos e rapidamente já pode estar dependente da atividade física para sentir diariamente esta sensação eufórica. Este excesso (como quase tudo que é excessivo) acaba prejudicando o corpo humano, então aquilo que deveria ser saudável pode se tornar maléfico e não saudável ao organismo. “O exercício físico é necessidade fundamental para a vida saudável, mas sem exageros”.

11 – TELEVISÃO – é usada para diversão, passatempo e fonte de informação, com o passar dos dias vai aumentando o tempo que fica na frente da telinha, seja nas novelas, nos filmes ou qualquer outra programa e quando menos se espera não consegue mais ficar sem a televisão. Considero a televisão uma caixa de fazer “malucos” e o maior “ladrão da nossa vida”, pois quando ligamos a televisão ela rouba o nosso maior valor, nosso tempo, além disso, as propagandas nos induzem a comprar (compras compulsivas) e rouba o convívio familiar (hoje cada um tem uma tela separada). Malucos porque a televisão aliena as pessoas, condiciona as informações e como informa as catástrofes, os acidentes, assaltos, corrupção política ou não, mortes e doenças transforma os telespectadores em uma espécie de grupo humano frustrado, medroso, ansioso, nervoso e com poucas perspectivas de futuro. “Devemos usar a televisão de forma mais inteligente”.

12 – INTERNET (REDES SOCIAIS, JOGOS, ETC) – o computador e a internet com certeza é uma das maiores invenções da mente humana, mudou radicalmente tudo o que nos cerca, mas devido as invasões e influencias que exercem na vida intima e social tornou uma grande parte dos usuários dependentes destas ferramentas, isto é, não consegue mais fazer nada sem estar ligado a estas ferramentas. As redes sociais se bem utilizadas podem mudar radicalmente o nosso mundo, mas se utilizadas de forma inadequada podem da mesma forma destruir o seu mundo ou o mundo todo. “Vamos utilizar e divulgar o uso mais adequado da internet e das redes sociais”.

13 - CELULAR – ferramenta que modificou extraordinariamente os meios de comunicação humana, mas criou uma dependência, também extraordinária dos usuários, pois hoje o elular incorpora várias tecnologias (telefone, câmera, internet, jogos, etc.) e muitas pessoas carregam mais de um aparelho e nunca se desgrudam dele e ficam extremamente nervosos e inseguros quando percebem que não estão com os aparelhos, ou quando eles não funcionam corretamente.


Alem disso, como existe inovação tecnológica freqüente, as pessoas ficam dependentes de adquirir sempre a ultima novidade. Lembre-se que há bem pouco tempo não tínhamos este recurso e mundo não acabou por causa disto. “Vamos aprender a usar o celular para o nosso beneficio sem vícios”.

14 – CAFEINA (CAFÉ, REFRIGERANTE DE COLA, CHOCOLATE, ETC.) - a cafeína é um estimulante muito utilizado pelas pessoas, e como está incorporado a bebidas socialmente aceitas, é um vicio que não é relatado normalmente, mas que pode ser prejudicial á saúde porque pode alterar os níveis de pressão arterial, pode irritar o estomago (gastrite), pode aumentar o peso corporal, etc.

“Vamos aprender a consumir a cafeína sem nos prejudicar”.

15 - SONOLENCIA – este item pode parecer estranho ser colocado como um vicio, mas como tenho considerado vicio a todo comportamento de fuga da realidade, então podemos observar que muita gente dorme cedo ou acorda tarde exatamente para não ter que enfrentar os seus problemas pessoais.


Muita gente passa um sábado ou domingo inteiro dormindo, apenas para não enxergar a sua realidade de vida, a sua não adaptação ao mundo social e familiar, ou por qualquer outro motivo que o leve a ter medo de enfrentar situações problemáticas quando está acordado.

“Vamos aprender a enfrentar as adversidades da vida e dormir para repousar e recuperar o organismo”.

A busca destes vícios é consequência daquilo que chamo de “VAZIO INTERIOR”, que é uma sensação ou sentimento de que está faltando alguma coisa, mas este vazio é virtual (não existe de maneira material), isto é, não existe de verdade, é apenas um sentimento ou sensação (necessidade ou falta de alguma coisa) de ausência. Portanto, sendo virtual, não existe materialmente, então nada material (que são os vícios citados anteriormente) vai preencher esta sensação de vazio.

Somente podemos preencher este “ VAZIO INTERIOR ” (que é virtual) com algo também virtual, como o (A M O R), a ( F É) e a (A M I Z A D E).

AMOR por si mesmo, amor pela vida, amor pelo próximo, amor a Deus, amor pelo trabalho, amor pela profissão. Não é apenas o amor entre o homem e a mulher. Só o amor constrói.

FÉ significa acreditar sem ver, acreditar na sua capacidade, acreditar que vai dar certo, acreditar e confiar na vida, crer em Deus. Fé em Deus e Fé em si mesmo e tudo será alcançado.

AMIZADE significa ser primeiramente seu amigo mesmo (gostar de você), ser amigo das pessoas, ser um amigo do planeta, ser amigo da natureza, ser amigo dos outros seres vivos do planeta.

As pessoas com mais amigos vive melhor e vive mais feliz, recuperam-se mais facilmente das crises, doenças e dificuldades que a vida apresenta.

            O problema não está no crack – está na alma



De cada 100 pessoas que experimentam crack, algo em torno de 20 tornam-se dependentes. É um número assustador, preocupante, claro, mas é importante notar uma coisa: é a minoria. O crack é mais viciante que a maconha (9%), menos do que o tabaco (32%, a taxa mais alta entre as drogas). Mas a grande questão é a seguinte: o que faz com que algumas pessoas que experimentam as drogas fiquem dependentes e outras não?Segundo o médico húngaro-canadense Gabor Maté, a resposta é simples: as pessoas que se afundam nas drogas são as mais frágeis. Gabor é um dos especialistas mais respeitados do mundo em dependência e esteve no Brasil esta semana. Sua palestra, no Congresso Internacional sobre Drogas que aconteceu no fim de semana em Brasília, foi imensamente esclarecedora.
“Em 20 anos trabalhando com usuários em Vancouver, eu nunca conheci nenhum dependente que não tivesse sofrido algum tipo de abuso na infância – abuso sexual ou algum trauma emocional muito grave”, ele disse. Ou seja: dependentes de drogas são sempre pessoas com fragilidades emocionais causadas por traumas na infância.
O momento mais polêmico da palestra foi quando ele afirmou algo que ninguém esperava ouvir: “drogas não causam dependência”. Como assim não causam? E aquele bando de gente esfarrapada no centro da cidade? Ele explica: “a dependência não reside na droga – ela reside na alma”. É que quem sofreu abusos severos na infância acaba tendo sua química cerebral alterada e cresce com um eterno vazio na alma. Frequentemente esse vazio acaba sendo preenchido com alguma dependência. “Pode ser uma droga, ou qualquer outro comportamento que traga algum alívio, ainda que temporário: compras, sexo, jogo, comida, religião, internet.”

A cura para a dependência, portanto, não é a destruição da droga: é o preenchimento do vazio na alma. Gabor, aliás, sabe muito bem do que está falando. Ele próprio, afinal, sente esse vazio. Ele nasceu em Budapeste em 1944, durante a ocupação nazista, com a mãe deprimida, o pai preso num campo de trabalhos forçados, os avós assassinados pelos alemães. Quando cresceu, para aliviar a dor emocional que sentia, desenvolveu uma dependência: “virei um comprador compulsivo”.
O sofrimento que Gabor sente está óbvio em seu rosto: nos seus traços trágicos, nos olhos tristes. Mas ele encontrou paz: seu trabalho ajudando dependentes lhe trouxe sentido na vida e esse sentido preencheu, ao menos em parte, o vazio.
Em resumo: crianças que foram muito mal-tratadas acabam virando adultos “viciados”. E aí o que nossa sociedade faz? Trata mal essas pessoas. “Nós punimos as mesmas crianças que falhamos em proteger”, diz Gabor.
Na semana passada, uma pesquisa do Datafolha mostrou que o maior medo dos paulistanos é o de perder seus filhos para as drogas. É um medo compreensível e do qual eu, como um quase pai (minha primeira filha nasce no mês que vem), compartilho. Mas esse medo não pode justificar políticas repressivas e violentas, que impõem tratamento religioso forçado e dá poder ilimitado à polícia. Isso só vai aumentar o estresse na vida de gente que já é frágil  e é sabido que estresse piora a dependência.Hoje já está claro que o único jeito de lidar com gente que tem um vazio na alma é com compaixão. O que essas pessoas precisam não é de cadeia nem de conversão forçada nem de projetos de lei medievais como o que está tramitando agora no Congresso, com apoio do governo federal – é de compreensão e de ajuda para encontrar algo que ajude a dar sentido para as suas vidas.
Em 2000, uma pesquisa em Portugal revelou que as drogas eram o maior problema do país. No ano seguinte, o governo português teve a coragem de montar um novo sistema, muito mais barato para o contribuinte, comandado pelo ministério da saúde, sem internações compulsórias nem violência policial.
Ano retrasado, a pesquisa foi repetida e drogas nem apareceram na lista dos dez maiores problemas portugueses. O problema havia sido resolvido. Com compaixão.

O que fazer quando ele usa drogas: ajudar ou se afastar?


“Oi Dani! Estou passando por um problema seríssimo e preciso de uma ajudazinha. Não tenho mais com quem conversar, pois minha mãe, que é minha melhor amiga, já desistiu de me ajudar e minhas outras amigas não querem mais me dar conselho. Acontece que eu estou perdidamente, completamente, loucamente apaixonada por um rapaz lindo, maravilhoso, gato, tudo de bom, gente fina, uma pessoa bacana, um príncipe; o único problema é que ele fuma um chá (segundo suas próprias palavras) e acha isso completamente normal.

Ele tem apenas 17 anos. Nós nos conhecemos na escola, começamos a trocar olhares e começamos a conversar pra valer mesmo no Orkut e MSN. Até aí tudo bem. Saímos, ficamos juntos na escola e até agora, depois de dois meses, só rolou um beijinho de menos que um mísero minutinho. Estou tão triste, decepcionada com essa situação, porque eu vou falar com ele sobre o assunto e ele diz que é normal, que não faz mal, que fica de boa na dele curtindo a brisa com os amigos e que ele não é drogado, apenas fuma um chá.

Eu me aproximo, tento ajudá-lo, quero ficar o mais perto possível, mas parece que ele não quer isso, acho que não aceita que é um viciado, um drogado, pois ele usa todos os dias, todos os dias mesmo; ele chega na escola com os olhinhos murchos, aqueles lindos olhos verdes ficam uma brasa. Eu estou gostando demais dele e agora que consegui me aproximar não quero mais desgrudar, disse que aceito numa boa que ele use, mas no momento em que eu estiver com ele, quero que releve e fique in love comigo, mas é difícil, ele fica uns dois minutinhos comigo e já sai para fumar. O que eu faço Dani?” Tamy

Oi Tamy, realmente seu problema é sério e bastante complicado de se resolver. Primeiro, porque a pessoa em questão ainda não se deu conta que está fazendo uma grande burrada usando esse tal chá todos os dias. Segundo, porque é muito difícil saber que a pessoa que a gente gosta tem atitudes que vão contra nossas convicções e princípios. Por mais que esse garoto seja lindo, maravilhoso, gato, tudo de bom, gente fina, uma pessoa bacana, um príncipe; ele tem um gravíssimo problema e o pior não reconhece isso.

Não vou ficar aqui dando lição de moral e falando que esse garoto é um babaca por estar nessa. Acho que ele já tem idade suficiente para saber o que faz e o que não faz bem ao seu corpo. E quem também deveria se preocupar com isso é o pai e a mãe dele. Você é muito menina para se envolver com essa história toda e por mais que você goste dele, não vale a pena ficar perdendo seu tempo com pessoas que não se preocupam com si mesmas.

Que tal você se afastar um tempo desse garoto? Deixe ele de lado, se ele não quer se cuidar, também não vai aceitar a sua ajuda. Sabe aquela expressão que quem gosta de problema é professor de matemática? Então, deixe que ele perceba que está agindo errado com você e com si mesmo. Não se envolva, linda! Se sua mãe não te disse isso, eu digo. Afaste-se dele e deixe ele perceber que as drogas estão fazendo ele perder pessoas importantes e uma delas é você.

Acho que você não vai querer um namorado que adora curtir uma brisa e que não está nem aí para você; vai? É nítido que ele dá mais importância às drogas do que a você, claro que ele não faz isso porque quer e sim porque é um viciado e não reconhece isso. Então enquanto ele não assumir que é dependente de drogas e que precisa de ajuda, fique longe e leve sua vida adiante. Quem sabe com esse gelo ela não perceba que droga é uma droga mesmo!

A importância da família no tratamento do alcoolismo


A dependência do álcool geralmente representa um impacto profundo em diversos aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam multidisciplinares para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em diversos estudos), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos cognitivos e funcionamento social.

A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticado, deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.

A abstinência deve ser a meta do tratamento, porém, por inúmeras razões esta pode não ser obtida no início nem mesmo ao longo do tempo. Apesar disso, o indivíduo ainda pode ter benefícios de permanecer no processo, com minimização dos prejuízos psicossociais, tratamento de comorbidades clínicas e psiquiátricas e outras condições ligadas à dependência. Nota-se ainda que quanto maior o número de atores envolvidos no processo (família, amigos, professores, colegas de trabalho), maiores são as chances de adesão ao tratamento e recuperação.

A família, em especial, é peça-chave tanto na prevenção do uso nocivo do álcool, como em casos em que o problema já está instalado. Inclusive, não são poucas as vezes em que o tratamento inicia-se pela família, principalmente porque o usuário de álcool não aceita seu problema, não reconhece que o uso de bebidas alcoólicas lhe traz consequências negativas ou está desmotivado para buscar ajuda.

Um acompanhamento específico e dirigido para os familiares é essencial para que possam compreender a doença e seus desdobramentos e, posteriormente, receber orientação adequada sobre a melhor forma de ajudar o ente querido e a si mesmo. Além da Orientação (ou Aconselhamento) Familiar, cujo objetivo é fornecer informações sobre a substância, orientar a família sobre como lidar com a dependência e propiciar meios para que eles se sensibilizem com o problema, há outros dois modelos frequentemente aplicados:


Terapia sistêmica: é destinada à natureza interdependente do relacionamento familiar e como essas relações influenciam (positiva ou negativamente) a doença, sob a perspectiva da família como um sistema. O foco do tratamento é intervir nos complexos padrões de relações entre os membros familiares a ponto de gerar mudanças positivas para todo o núcleo.
Terapia Cognitivo-Comportamental (familiar e de casal): considerando que comportamentos associados ao uso indevido de álcool podem ser reforçados por meio de interações familiares, essa abordagem tem como objetivos principais alterar comportamentos que atuam como gatilho para o uso de álcool, melhorar a comunicação de os membros da família e fortalecer e ampliar habilidades sociais.

Vale ressaltar que muitas vezes a família adoece juntamente com o dependente – fenômeno este chamado de codependência. Em termos gerais, ela é descrita como uma relação disfuncional entre o paciente e o familiar, na qual o familiar passa a se preocupar mais com o dependente do que consigo mesmo, sentindo-se dominado pelas suas necessidades e desejos. Com o tempo, esse padrão de pensamentos e comportamentos pode se tornar compulsivo e prejudicial, como se a pessoa se tornasse dependente do dependente. Nesses casos, as próprias abordagens psicoterápicas citadas acima podem auxiliar o familiar; contudo, existem grupos de ajuda mútua específicos para familiares, como é o caso do Codependentes Anônimos (CoDA) e os Grupos Familiares Al-Anon.

Em suma, a família desempenha um papel importante no tratamento da dependência do álcool, já que auxilia na aderência, permanência, na superação de dificuldades decorrentes do processo e no estabelecimento de um novo estilo de vida sem o uso do álcool. Por último, a família também pode ajudar a equipe multidisciplinar identificando mudanças comportamentais abruptas (por exemplo: isolamento, irritabilidade, labilidade do humor, prejuízo no desempenho do trabalho), que possam ser indicativos de complicações ou possíveis recaídas, as quais muitas vezes podem ser evitadas
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Cigarro mata 350 pessoas diariamente no Brasil e 10 mil em todo o mundo



O cigarro é um dos produtos de consumo mais lucrativos no mundo. Os fabricantes ostentam uma clientela fiel e leal. O único problema é que seus melhores clientes morrem um a um. São também os únicos produtos legais que viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes, o matam. Porém, a venda acarreta grandes lucros para a indústria do tabaco, mas enormes prejuízos para os consumidores.

Um estudo realizado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) revela que o Brasil gasta em torno de R$ 21 bilhões no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro. O estudo demonstra ainda que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no País. São 130 mil óbitos anuais, sendo (350 por dia). Dados do Ministério da Saúde indicam que a fumaça do cigarro reúne cerce de 4.700 substâncias tóxicas diferentes, muitas delas cancerígenas.

Mesmo sendo de conhecimento dos consumidores do cigarro, sobre os riscos de doenças que podem levar a morte, os usuários não se intimidam e continuam fazendo uso do tabaco, ignorando a propaganda que trás nas carteiras, fotos de pessoas em estágios terminais e com diversos tipos de câncer e pulmões doentes.

Há um ano, o trabalhador rural José Carlos Souza Santos, 52 anos, descobriu um caroço embaixo da língua. Ao procurar um especialista, o médico pediu exames com urgências e foi diagnosticado um câncer avançado que já tomava a garganta. “A primeira pergunta que o médico fez foi: Você é fumante há quanto tempo? Hoje vejo o mal que o cigarro fez na minha vida. A gente nunca acha que vamos ser surpreendido com uma doença dessa. Se tivesse uma nova oportunidade, nunca fumava em minha vida”, ressaltou.

José Carlos fumava desde a adolescência. Quando não tinha dinheiro para comprar o cigarro industrializado, ele usava o cigarro feito com fumo de rolo. Ele já passou por duas cirurgias, perdeu parte da língua e fala e se alimenta com dificuldades. Há quinze dias, foi surpreendido com a notícia de que o câncer havia voltado, porém, os médicos disseram que não podem fazer mais nada. Hoje, ele se encontra desenganado pela medicina, fazendo uso apenas de morfina para amenizar a dor causada pela doença.

O pneumologista Francisco Hora Fontes explica que o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência do tabaco, e que os produtos derivados do tabaco, especialmente os cigarros, são feitos para criar e manter dependência química nos consumidores. Francisco disse que há uma série de doenças que podem ser desencadeadas pelo vício, como acidente vascular cerebral, trombose, enfisema pulmonar, infarto, cânceres na boca, língua, pulmão, mama, bexiga dentre outros. “Em geral, o cigarro é uma fonte inesgotável de doenças causado pelos fumantes ativo e passivo”, completou.

Dependente precisa buscar ajuda
O médico ainda acrescentou que a dependência maior do cigarro é por causa do uso da nicotina. “A nicotina é um artefato para que os indivíduos criem dependência, pois ela age no cérebro dando ao indivíduo sensação de prazer e relaxamento. É como se fosse um antidepressivo, se não fizesse mal, seria uma droga excelente, mas a nicotina mata. Ela entope as artérias que consequentemente, acarreta em mortes”.

O viciado em cigarro precisa contar com muito esforço e apoio médico para deixar a dependência. Segundo Francisco Fontes, não é fácil o indivíduo deixar o cigarro da noite para o dia.
“Devido à dependência, o fumante precisa buscar ajuda de remédios e psicológica para se livrar do tabaco. Hoje, temos vários hospitais conveniados com o SUS que prestam todo atendimento aos indivíduos que querem deixar o cigarro”, ressaltou o médico.

Desde 2011, aquele hábito de acender um cigarro no restaurante, na padaria e no bar deixou de existir, graças à lei federal que proíbe o fumo em ambientes fechados. Nos consultórios e hospitais, a percepção dos médicos é a de que essa proibição está surtindo efeito, com a diminuição de pessoas que faziam uso do cigarro. Conforme Francisco Fontes, se comparado a outras épocas, hoje o número de fumantes no Brasil diminuiu 50%, graças a campanhas antitabagismo.

Dez mil mortes por dia é o número de óbitos registrados em decorrência ao consumo de cigarro em todo planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde. O estudo indica ainda que o tabaco é a principal causa de morte no mundo, seguida pelo álcool e pela inalação indireta do fumo, ou seja, que atinge aquele indivíduo que não fuma, mas convive com fumantes.

Apesar dos números alarmantes, o Ministério da Saúde destaca Salvador como uma das capitais brasileiras com o menor índice de fumantes, com uma incidência de 9%, ficando atrás apenas de Maceió, com população de 8% de fumantes. O baixo consumo de tabaco na capital baiana é o resultado do intenso trabalho realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) que em 2006 implantou o Programa Municipal de Controle do Tabagismo, que somente no ano passado tratou mais de 800 pacientes nas unidades de referência de sua rede.

Com o objetivo de reduzir ainda mais a incidência do tabagismo em Salvador, a mortalidade por doenças associadas ao cigarro,a SMS realiza amanhã (29) atividades pontuais contra a doença. As ações serão alusivas ainda ao Dia Mundial de Controle ao Tabaco, celebrado em 31 de maio.

Serviços gratuitos
Rio Vermelho
O Distrito Sanitário Barra Rio Vermelho realiza, das 8 às 12 horas, no espaço conhecido como Largo da Dinha, no Rio Vermelho serviços como avaliação da função respiratória, aferição de pressão arterial, orientações nutricionais como medição de peso, altura e circunferência abdominal, avaliação com estomatologista para prevenção de câncer de boca, além de distribuição de cartilhas e informações sobre os riscos do tabagismo oferecidos gratuitamente à população.

Profissionais de saúde do Centro de Referência em Doenças Cardiovasculares – CRDC Adriano Pondé em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia – Seção Bahia e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – Secção Bahia, estarão disponíveis, a partir das 13h30, para dirimir dúvidas e encaminhar interessados para tratamento gratuito na rede pública de saúde.

Pernambués
A partir das 13h30, o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS ad Pernambués promove uma aula aberta, em sua sede, sobre os males do tabagismo e suas implicações na saúde do indivíduo. A unidade está localizada na Rua Conde Pereira Carneiro, nº 271, Pernambués.

O tabagismo é uma doença caracterizada pela dependência da nicotina, classificada no grupo de transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas. A Organização Mundial da Saúde estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes.

O consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes, principalmente as cardiovasculares (infarto, angina) o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite). O tabagismo ainda pode causar impotência sexual no homem, complicações na gravidez, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias e trombose vascular.

Atualmente, a SMS, através de oito unidades, desenvolve atividades do Programa de Controle do Tabagismo, são elas:

-- CAPS ad Pernambués;
-- Centro de Saúde Dr. Edgard Pires da Veiga - Pau da Lima;
-- 14º Centro de Saúde Prof. Mário Andréa - Sete Portas;
-- USF Candeal Pequeno - Brotas;
-- 13º Centro de Saúde Prof. Eduardo Mamede - Mussurunga;
-- USF Dona Iraci Isabel da Silva - Gamboa;
-- Centro de Referência em Doenças Cardiovasculares - CRDC Adriano Pondé - Amaralina;
-- Centro de Saúde São Francisco - Tororó;

Dia Mundial sem Tabaco
O Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM), especializada em doenças pulmonares terá várias atividades em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco comemorado no dia 31 deste mês. Com apoio do Programa Estadual de combate ao Tabagismo, a comemoração será antecipada para hoje a partir das 15 horas, no auditório da unidade hospitalar.
Na oportunidade serão entregues certificados a ex-fumantes acompanhados pelo Programa de Atendimento ao Tabagismo (PAT) do hospital, e que deixaram de fumar tem um ano. A programação também inclui uma palestra do pneumologista Francisco Hora Fontes, do Programa Estadual de Combate ao Tabagismo, sobre o tema “Como resistir à tentação do cigarro?”. Em seguida, serão entregues os certificados aos ex-fumantes e lançada oficialmente a extensão do programa (PAT), para atender pacientes internados no HEOM.