domingo, 26 de maio de 2013

Qual a diferença entre o bebedor social e o bebedor-problema?


Criou-se a expressão “bebedor social” justamente para designar a pessoa que bebe só em festas, comemorações, circunstâncias especiais. Tirando essas ocasiões, ela mal se lembra da bebida, nem lhe passa pela cabeça entrar num bar ou numa padaria e pedir uma dose - o álcool não faz parte de seus pensamentos, dos seus costumes, de sua maneira de ser. Se está numa festa, dificilmente se embebeda, pois, quando sente que está um pouco ALTA, sabe que é hora de parar e pára. O bebedor social não bebe sozinho, só em companhia que lhe seja agradável.

A expressão “bebedor problema” nada mais é do que um outro nome para designar o alcoólatra. Este, logo nas fases iniciais da sua doença, mostra diferenças em relação ao bebedor social. Pela própria natureza do alcoolismo, o alcoólatra passa a dar importância demasiada à bebida - sentir por antecipação o prazer de beber, imaginar-se bebendo, pensar a que hora beber e onde beber ou, mesmo decidir se vai ou não beber são questões que lhe ocupam a mente de uma forma especial, disputando espaço e tempo com os assuntos SÉRIOS do dia-a-dia (trabalhar, estudar, produzir). O alcoólatra utiliza o álcool como alívio, para equilibrar as emoções. Bebe antes das festas e, durante elas, dificilmente deixa copos pela metade e não costuma rejeitar novos tragos que lhe ofereçam. Acha sem graça as reuniões em que não há bebida. Também gosta de beber, e bebe, sozinho. Embebeda-se com freqüência e aumenta o seu beber à medida que o tempo passa. Mais tarde, para combater os tremores e os outros sintomas da abstinência, beberá também pela manhã e estará caminhando para os estágios mais severos da dependência física. Nesse momento, só deixará de viver em função do álcool se parar definitivamente de beber.

Há um autêntico drama na questão bebedor social x bebedor-problema (alcoólatra). Mais uma vez confirmando que o alcoolismo é a DOENÇA DA NEGAÇÃO , a maioria daqueles que têm problemas como álcool, acredita que pode se comportar como um bebedor social, bastando para isso um pouco de atenção para controlar o número de goles que dá. A experiência mostra que não. A partir do primeiro gole, o alcoólatra não mais controla o seu beber e então, na verdade, dentro de sua lógica alcoólatra, já não lhe parece nem razoável nem necessário vigiar a quantidade que bebe. A bebida se encarrega de dar fim a qualquer dilema, a qualquer hesitação.
Infelizmente, só a partir do momento em que se admite ter problemas com o álcool é que surgem as primeiras e necessárias condições para o abandono da bebida. Beber socialmente é para quem pode, não para quem quer. O ALCOÓLATRA QUER, MAS NÃO PODE .

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